01/02/2021

Resenha: O Morro dos Ventos Uivantes - Emily Brontë


Título do livro: O Morro dos Ventos Uivantes

Autor(a): Emily Brontë

Editora: L&PM Editores

Número de páginas: 346

Está disponível no Kindle Unlimited? Sim!

Sinopse: Emily Brontë, ao morrer de tuberculose aos trinta anos, havia lançado - um ano antes - um único romance, O Morro dos Ventos Uivantes. Publicado em dezembro de 1847 sob o pseudônimo de Ellis Bell, o livro chocou os leitores da época, uma vez que, para contar a história de amor entre Catherine e Heathcliff, a jovem autora expôs os sentimentos e a alma dos personagens de uma maneira pouco comum ao mostrar suas falhas de caráter e revelar o abismo social que separava os dois irmãos de criação, mantendo, assim, a tensão ao longo de todo o romance.

A trama ganha contornos sombrios quando Lockwood, o novo locatário da Granja da Cruz do Tordo, faz uma visita ao seu senhorio, Heathcliff, proprietário do Morro dos Ventos Uivantes, e, durante uma terrível nevasca, precisa se abrigar na casa. A partir dessa noite nada convencional revela-se a história da paixão entre Heathcliff e Catherine.

Emily Brontë criou um mundo próprio, perpassado pelo sobrenatural, para escrever uma das mais trágicas - e igualmente românticas - histórias da literatura inglesa.


Resenha: O Morro dos Ventos Uivantes, único livro de Emily Brontë, foi escrito em 1847 e não perdeu sua atemporalidade. Querido por milhares de leitores, a obra vai contar a trágica história de amor e ódio entre Catherine e Heathcliff e expor os segredos da sociedade da época. 


 O ponto de partida é a visita do Sr. Lockwood, novo locatário da Granja do Tordo, ao Morro dos Ventos Uivantes. Ambas as propriedades são de Heathcliff, um homem que é conhecido por tudo, menos por seu bom humor. O que logo torna evidente para Lockwood, que sua visita inesperada é também totalmente indesejada. 


"É impressionante o quanto me sinto sociável quando comparado a ele."


 Após uma tempestade de neve, o visitante se vê obrigado a passar uma noite na mansão. Mas ao amanhecer, Lockwood volta à Granja totalmente perturbado. Além do comportamento condenável de Heathcliff, o pobre homem teve pesadelos a noite inteira com uma garota chamada Catherine.  Curioso, ele resolve perguntar à empregada Nelly da Granja do Tordo sobre a história da família, dando início a uma série de flashbacks.


 Catherine Earnshaw e Hindley Earnshaw eram irmãos e moravam com os pais no Morro dos Ventos Uivantes. Em uma de suas viagens, o pai das crianças acaba encontrando um menino sujo e cigano nas ruas e levando-o para o seio de sua família. O garoto, chamado Heathcliff, logo conquistou a afeição do homem e o ciúmes do irmão mais velho.


"Ele ama e odeia, sempre às escondidas, e considera uma espécie de impertinência ser amado ou odiado de volta [...]"


 Catherine também se encantou por ele e os dois se tornaram inseparáveis,  o que anos mais tarde se revelaria uma grande paixão. Mas quando o pai de Catherine e Hindley morre, o primogênito passa a torturar Heathcliff e fazê-lo sofrer, dando início ao ódio e disputa entre os dois que duraria uma vida inteira.


 Mas nem mesmo o amor por Catherine foi capaz de aplacar o desejo de vingança no coração de Heathcliff, e logo o leitor se vê mergulhado numa trama densa repleta de ódio, artimanhas e segredos. Dando início a um grande questionamento: existem pessoas que são só boas ou más, ou somos uma mistura entre as duas coisas?


" [...] Mas a traição e a violência são como lanças afiadas nas duas pontas - machucam àqueles que as empunham ainda mais do que aos inimigos."


 A escrita da Emily contribuiu para que a leitura fosse fluída, e eu não conseguia parar de ler tamanha minha curiosidade. Mas as coisas não se mantiveram assim, e lá para o meio da trama eu não via a hora de acabar esse livro! A narração excessivamente detalhada foi me cansando, e cheguei a travar em alguns momentos.


 Além disso, os longos e intermináveis diálogos e os dramas dos personagens me incomodaram.  Catherine era uma mulher que vivia à beira da razão e loucura, Heathcliff era movido por sua sede de vingança e Hindley por seu ciúmes. Personagens nada amáveis, mas realistas e que tornaram a obra O Morro dos Ventos Uivantes o que é.


" [...] O seu sangue frio não conhece a febre - em suas veias corre apenas água fria - mas as minhas estão fervendo, e a visão dessa tolice toda faz com que dancem."


 O desfecho me deixou satisfeita, e até hoje não sei se considero Heathcliff o grande vilão ou o mocinho da história. Minha nota final diz mais respeito à minha opinião do que sobre a obra em si, já que é inegável o fato de que Emily criou uma história que permanece com o leitor mesmo após o final, e deu voz a quem não tinha em um período ainda mais difícil do que os dias atuais.


 "O mundo inteiro é uma coleção de lembretes de que ela existiu e de que eu a perdi!"




11 comentários:

  1. Adorei a resenha amiga! <3

    www.pimentamaisdoce.blogspot.com

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  2. Estou para ler esse livro há imenso tempo. Lembro-me dele deste sempre, está na estante dos meus pais. Um dia peço emprestado.
    Beijinhos
    Coisas de Feltro

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  3. Oi Laura, tudo bem? Eu também acho a narrativa excessiva, mas li quando nova, então, pretendo reler em breve! Quem sabe me agrada mais!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  4. Oi, Laura. Como vai? Que pena que o livro não tenha lhe causado uma sensação tão boa ao lê-lo. Sua resenha está ótima. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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  5. Minha irmã tem esse livro na versão física e eu sempre quis pedi-lo emprestado por que sei que é um clássico, mas não sei se conseguiria lê-lo por causa dessas descrições e diálogos excessivos, histórias lineares geralmente não me cativam e a leitura acaba se tornando maçante. Mas com certeza, não tem como negar que é um livro atemporal.
    Beijo, Blog Apenas Leite e Pimenta ♥

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  6. Oi, Laura! Tudo bom?
    Esse livro tá na minha listinha de 12 clássicos pra ler em 2021. Tenho muita curiosidade e nunca li, então vai ser uma EXPERIÊNCIA!
    Esses dramalhões quando se estendem por muito tempo testam a paciência mesmo, mas eu sou do time que adora um drama que nunca tem fim então tô animada UHASUHASUHASUHAS

    Beijos, Nizz.
    www.queriaestarlendo.com.br

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  7. Amei a resenha. Sempre quis ler esse livro desde a época de Crepúsculo, mas tenho um sério problemas com livros clássicos. Espero criar coragem para me aventurar nesse livro um dia
    beijos
    https://www.dearlytay.com.br/

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  8. Olá, Laura.
    Eu li esse livro na época de Crepúsculo e só li por causa disso porque na época não lia clássicos nem que me pagassem hehe. E confesso odiei. Esperava encontrar uma história de amor e foi o contrário. E acho ele o vilão sim.

    Prefácio

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  9. Esse foi um dos primeiros clássicos que li. Eu amei na época e não sei qual seria minha opinião dele agora. Mas ainda lembro de bastante coisa e se eu reler, espero continuar gostando.

    Abraço

    Imersão Literária

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  10. Oi Laura,

    Ao contrário de você não achei a escrita fluida, achei que demorou séculos para eu terminasse de ler, mas acho que é porque não costumo ler clássicos.
    Eu achei o livro mediano, gostei e não gostei rs.

    Bjs
    https://diariodoslivrosblog.blogspot.com/

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  11. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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