23/11/2021

Resenha: O Livro dos Baltimore - Joël Dicker


Título do livro: O Livro dos Baltimore

Autor(a): Joël Dicker

Editora: Intrínseca 

Número de páginas: 462

Está disponível no Kindle Unlimited? Não!

Sinopse: Marcus Goldman teve uma juventude inesquecível em Baltimore, ao lado dos primos e dos tios, a parte bem-sucedida de sua família e que ele tanto admirava. Mas a felicidade aparente não condizia com a realidade e o dia do Drama marcou o destino fatídico e inesperado de todos aqueles que ele mais amava.

Oito anos depois, Marcus ainda tenta montar o quebra-cabeça do Drama, lidar com as consequências e entender o que aconteceu. Desencavando o passado, reacendendo paixões e desvendando mistérios, ele decide escrever o próximo romance sobre sua família, numa tentativa de se libertar de antigos ressentimentos e redimir aqueles que foram punidos pelos infortúnios da vida.

Rivalidade, traição, sucesso, paixão e inveja: abordando temas presentes na vida de todos nós, Joël Dicker constrói brilhantemente o retrato de uma juventude, destacando a força do destino e a fragilidade de nossas maiores conquistas.

Neste livro, Joël Dicker revisita seu mais emblemático personagem, Marcus Goldman, protagonista de A verdade sobre o caso Harry Quebert, best-seller mundial.

O autor, que foi um dos destaques no Brasil da Flip de 2014, venceu o Grande Prêmio de Romance da Academia Francesa e o Prêmio Goncourt des Lycéens, além do Prêmio dos Escritores de Genebra.


Atenção! Esse livro apresenta alguns gatilhos para bullying, suicídio, violência doméstica e violência explícita. Se você é sensível a alguns desses temas, sugiro que não leia!


Resenha: O dinheiro traz felicidade? Minha resposta para essa pergunta sempre foi a mesma: é claro que sim! Mas depois de ler "O Livro dos Baltimore", já não tenho tanta certeza...


 Marcus Goldman é um escritor bem-sucedido, cujos livros foram parar nas listas de best-seller. Quem vê o homem que acaba de se mudar pra uma pequena casa em Miami em busca de inspiração para sua próxima obra, nem imagina as tragédias que marcaram sua vida e de sua família no dia conhecido como O Drama


 Por meio de relatos não lineares que transitam entre o presente e o passado, Marcus é o responsável por narrar e contar ao leitor essa história sob o seu ponto de vista, enquanto lida com suas próprias frustrações e tentativas de criar mais um sucesso de vendas.


"Se você encontrar esse livro, por favor, leia-o. Quero que alguém conheça a história dos Goldman-de-Baltimore."


 Os Goldman eram uma família tradicional norte-americana. Mas Marcus morava em Montclair com seus pais, uma vida sem grandes luxos ou emoções. Ao contrário dos Goldman de Baltimore, que eram os mais bonitos, mais bem-sucedidos e mais ricos da família. Eram os responsáveis pelos momentos de alegria da infância e adolescência de Marcus, e eram tudo que ele sempre quis ser. 


 Mas o que ele não imaginava é que por baixo dessa camada lustrosa, existia um lado sombrio e obscuro dessa família, marcado por inveja e ganância que só viria a tona muitos anos depois e acarretaria no Drama. Em "O Livro dos Baltimore", Marcus vai mergulhar fundo nesses segredos em busca de respostas e vai descobrir que nem sempre a grama do vizinho é realmente mais verde...


 Iniciei essa leitura sem saber muito bem do que se tratava o livro, e fui surpreendida por uma experiência agridoce. Se por um lado, a narrativa fora de ordem cronológica e repleta de flashbacks confusos e descrições extensas me incomodaram, por outro os últimos capítulos repletos de ação me deixaram presa e me fizeram ficar chocada com o desfecho inesperado.


"Quanto ao culpado, se existir um, do caos de nossas vidas, somos apenas nós, Marcus. Apenas nós. Cada um é responsável pela própria vida. Somos responsáveis pelo que nos tornamos [...]"

 

 O autor soube desenvolver TÃO bem seus personagens, que eu cheguei a pesquisar no Google para saber se a família Goldman realmente existiu haha. Mas apesar de todos os pontos positivos, não foi uma leitura fácil. Não digo isso apenas por causa dos gatilhos (pra mim as cenas de bullying e violência doméstica foram pesadas), mas porque 90% dos conflitos seriam resolvidos na base da conversa ou nem existiriam.


 Por pouco não larguei a leitura logo no início, porque não sentia que a narrativa estava se desenvolvendo ou indo para algum lugar. O que me guiou até o final foi a curiosidade em saber o que aconteceu no dia do Drama, e posso dizer que nesse ponto o autor não me decepcionou!


 Se um dia você decidir ler "O Livro dos Baltimore", acho melhor avisar que: você vai sentir raiva dos personagens, vai ficar frustrado, vai querer mandar todo mundo para a terapia (principalmente o Marcus!) e vai refletir muito sobre tudo. Foi um livro que acabou com a minha vida, e é por isso que merece as quatro estrelinhas. Um caso de amor e ódio com Joël Dicker que começou e acabou aqui, mas que jamais vou esquecer.


"Muitos de nós procuramos dar um sentido à vida, mas nossas vidas só ganham sentido se formos capazes de realizar esses três destinos: amar, ser amado e saber perdoar. O restante é pura perda de tempo [...]"






6 comentários:

  1. Oi, Laura. Como vai? Parece interessante este livro, não é mesmo? Que bom que gostou. Ótima resenha. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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  2. Oi Laura,
    Eu tenho um livro do autor aqui em casa, preciso conferir a escrita dele, se me prender, arrisco a leitura deste também. Estou ok com esses gatilhos, só não é o tipo de leitura que faço com frequência!
    beeeijos
    http://estante-da-ale.blogspot.com/

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  3. Olá, Laura!
    São tantas coisas pra comentar sobre que eu nem sei por onde começar kkkk
    O título do livro me lembrou um filme de um musical. Parece ser uma leitura interessante, mas eu tbm fico frustrada quando vejo problemas que poderiam ser resolvidos facilmente com um diálogo se estendendo tanto.
    Essas cenas que dão gatilho realmente são bem tensas, eu imagino.
    Achei super engraçado você ir pesquisar no google se realmente existia, é muito bom quando um livro desperta sentimentos assim na gente.

    Ótima resenha!
    Beijos,
    Anni

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  4. Olá Laura,
    Foi ótimo ler sua resenha. Já havia visto esse livro por aí mas nunca tinha lido sobre ele. Ao mesmo tempo que me atiçou a ler me deixou em dúvida em alguns pontos. Mas principamente, agora sei que se pegar vale persistir. Tenho dificuldade quando as leituras não me conquistam logo no início, e sei que vale continuar.

    Beijo!
    www.amorpelaspaginas.com

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  5. Olá! Acabei de acabar de ler O Livro dos Baltimore e já vim procurar resenhas. Gostei da sua. Realmente, no começo do livro eu queria jogá-lo pela janela de tanto repetir "o Drama", "o Drama" e não dar qualquer indício do que seria. Mas bem antes do Drama ser revelado, já podemos ter uma ideia do que estará envolvido nele e nem por isso o livro perde a graça ou o Drama deixa de impressionar. Além dos personagens redondíssimos, o autor consegue amarrar tudo com maestria. Houve momentos em que pensei "ai que forçado, ninguém na vida real teria uma atitude tão exagerada a isso", para depois descobrir a sequência de ações que geraram aquela reação descabida... enfim, muito difícil comentar sem dar spoilers rsrs para quem está em dúvida, se joga, é bem o que a Laura disse: uma relação de amor e ódio com o autor e os personagens. Ah, e sobre "coisas que poderiam ser resolvidas em uma conversa", quantas vezes isso não acontece em nossas vidas? Acho essa inclusive uma reflexão fantástica que o livro traz: quantos dramas poderíamos evitar com mais diálogo e menos presunção? Está tudo redimido.

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  6. Olá! Acabei de acabar de ler O Livro dos Baltimore e já vim procurar resenhas. Gostei da sua. Realmente, no começo do livro eu queria jogá-lo pela janela de tanto repetir "o Drama", "o Drama" e não dar qualquer indício do que seria. Mas bem antes do Drama ser revelado, já podemos ter uma ideia do que estará envolvido nele e nem por isso o livro perde a graça ou o Drama deixa de impressionar. Além dos personagens redondíssimos, o autor consegue amarrar tudo com maestria. Houve momentos em que pensei "ai que forçado, ninguém na vida real teria uma atitude tão exagerada a isso", para depois descobrir a sequência de ações que geraram aquela reação descabida... enfim, muito difícil comentar sem dar spoilers rsrs para quem está em dúvida, se joga, é bem o que a Laura disse: uma relação de amor e ódio com o autor e os personagens. Ah, e sobre "coisas que poderiam ser resolvidas em uma conversa", quantas vezes isso não acontece em nossas vidas? Acho essa inclusive uma reflexão fantástica que o livro traz: quantos dramas poderíamos evitar com mais diálogo e menos presunção? Está tudo redimido.

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